DES_IGUAL
Ivani Pedrosa
Nesta exposição,
Ivani Pedrosa investiga a extensão entre identidade, território e conflito em
um mundo marcado por desigualdades e fragmentações. A partir da desconstrução
simbólica de bandeiras de países em guerra, a artista propõe novas formas
visuais que transformam em arte aquilo que separa.
DES_IGUAL não é
uma resposta, mas um respiro. Em meio à crise da globalização e à força do “eu”
sobre o coletivo, Ivani encontra na arte um espaço para refletir, subverter e
sugerir outras possibilidades de encontro.
Com delicadeza e força, suas obras — entre pinturas, esculturas e composições silenciosas — criam um território onde o conflito dá lugar ao diálogo, à beleza e à esperança.
-ESTANDARTE III, 2024
Série Fronteiras
Colagem Digital
Impressão em papel Celulose Fosco com PVC e Estrutura
22 x 42 cm
Série Fronteiras
Colagem Digital
Impressão em Papel Celulose Fosco com PVC e Estrutura
22,8 x 42,8 cm
-ESTANDARTE VI, 2024
Série Fronteiras
Colagem Digital
Impressão em metacrilato
22 x 42 x 3
cm
- ESTANDARTE II, 2024
Série Fronteiras
Pintura em tiras de papel tengusho 8 gr
20 x 60 x 4
cm
-
ESTANDARTE I, 202
série Fronteiras
Homenagem à artista HANNA SAMARA
20 x 60 x 4 cm
Pintura
s/papel tengusho 8 gr
-ESTANDARTE VIII, 2024
Série Fronteiras
Homenagem ao artista FADI-YAZIGI
Pintura em tiras de papel tengusho 8 gr
20 x 60 x 4
cm
-ESTANDARTE IV, 2024
Série Fronteiras
Homenagem à artista ARGHAVAN
Pintura em tiras de papel tengusho 8 gr
20 x 60 x 4
cm
-ESTANDARTE XI, 2024
Série Fronteiras
Homenagem ao artista Kandinsky
Pintura em tiras de papel tengusho 8 gr
28 x 60 x 4
cm
- INFAMILIAR, 2025
Serie Silêncio
Vergalhão de aço inox moldado manualmente, ovos escritos (Eu, Outr@as, Nós) envoltos em tecido filó. Dimensão variada
-PAISAGEM POSSÍVEL VI, 2017
Vergalhão de aço moldado manualmente
20x20x12 cm
Ed.3 de 10
Escultura composta com vergalhão e elipses de aço inoxidável polido em base de mármore.
12x36x25 cm
Tiras de papel vegetal especial e caneta poska
Frases com citações de escritores, filósofos, artistas e pensadores escritas em tiras de papel e penduradas com argolas num suporte.
Dimensão variada
Série Silêncio
Tubo de acrílico cristal com adesivo, estrutura em vergalhão de aço no formato de mola e gaze de linho com bordados em seu interior.
34 cm x Ø 10 cm (A x diâmetro)
-SILÊNCIO DA COR III, 2024
Série 'Silêncio'
Bordados sobre papel Canson, emoldurado com caixa de madeira
29,7x42x3 cm
-SILÊNCIO DA COR IV, 2025
Série 'Silêncio'
Bordados sobre papel Canson, emoldurado com caixa de madeira
45x24x3 cm
-SILÊNCIO DA COR II, 2023
Série 'Silêncio'
Bordados sobre papel Canson, emoldurado com caixa de madeira
20x28x3 cm
-UNITATEM, 2023
Série Silêncio
Painel de gaze de linho bordado com fios dourado e branco e desenho no suporte de papel, emoldurado em caixa de madeira.
30x29x4 cm
DES_IGUAL
Ivani Pedrosa
A exposição DES_IGUAL apresenta um recorte do trabalho
de Ivani Pedrosa para questões atuais e urgentes, como os conflitos mundiais,
os efeitos da globalização e os limites entre identidade e território. A partir
da observação do cotidiano e das transformações profundas do “estar no mundo”,
a artista construiu séries que desenvolveram diferentes temas com consistência
poética e formal. Entre eles, destacam-se: Espaço Amplificado, Imagem
Amplificada, Controle, Fronteiras, Paisagem Possível, A Joia da Coroa e
Silêncio.
Em DES_IGUAL, Ivani parte de um gesto simbólico e
visual: a desconstrução de bandeiras nacionais de países em conflito, cujos
núcleos e formas são reorganizados em composições pictóricas delicadas,
indicando novos padrões possíveis. O que antes representava divisão e disputa é
ressignificado em beleza e diálogo. Ao evitar o confronto direto, a artista
propõe caminhos sutis de reflexão sobre pertencimento, alteridade e paz.
A exposição ecoa o conceito de “infamiliar” proposto
por Freud — a presença do estranho no lugar do que deveria ser acolhedor — e
retoma uma linha de investigação sobre o “Narciso Contemporâneo”, onde o “eu”
se sobrepõe ao coletivo, seja em indivíduos ou em nações. Nesse contexto, a
arte surge como território de resistência sensível, capaz de abrir brechas de
significado diante do colapso simbólico do mundo.
A mostra é completa com obras silenciosas e esculturas
que evocam a ideia de ninho, ovo e espelhamento. São formas que falam de
abrigo, origem e encontro — elementos fundamentais para pensar o
estar-no-mundo, individual e coletivamente.
Como inspiração final, a artista insere uma citação de
Mia Couto, pela voz do personagem João Sabão, que reverbera o espírito da
mostra:
"Encheram a terra de fronteiras e carregaram o céu de bandeiras. Mas só há duas nações — a dos vivos e a dos mortos."
Martha
Pagy